A Maior Crise de Acessibilidade Habitacional
A crise imobiliária global tornando o “sonho da casa própria”, cada vez mais distante
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Até 2025, espera-se que 1,6 bilhão de pessoas sejam afetadas pela escassez global de moradias, conforme o Banco Mundial.
Estudo realizado pela Lincoln Institute of Land Policy (LILP), em 200 cidades do mundo, revelou que 90% eram inacessíveis para moradia, com uma casa média custando mais de três vezes a renda média.
O déficit habitacional nos Estados Unidos é de 1,5 milhão de residências, de acordo com um estudo da Moody’s Analytics. O país tem menos moradias para venda ou aluguel do que em qualquer outro momento nos últimos 30 anos, revela o estudo, Overcoming the Nation’s Daunting Housing Supply Shortage.
Na América Latina e Caribe (ALC), quase 45% dos domicílios são afetados por um alto déficit habitacional, e estima-se que 1 em cada 5 pessoas na região viva em habitações precárias e falta de acesso à infraestrutura de serviços.
O aspecto mais grave da crise imobiliária global é a situação habitacional enfrentada por cerca de 850 milhões de pessoas – mais do que as populações dos Estados Unidos e da União Europeia juntas – que vivem em assentamentos informais.
Causas da Crise de Acessibilidade Habitacional
Vários fatores parecem estar impulsionando a crise de acessibilidade habitacional.
O volume de oferta habitacional não acompanhou o crescimento demográfico da população. Essencialmente, estamos vendo metade da taxa histórica de construção de domicílios e o dobro da taxa de formação de domicílios.
Um amplo renascimento urbano e o surgimento de um urbanismo em que o talento, tecnologia e outros ativos econômicos estão densamente concentrados em um pequeno número de cidades e bairros.
O fantasma do aumento dos preços, – agora em máximas de várias décadas em muitos países – levou os bancos centrais de todo o mundo a apertar fortemente a política monetária e a elevar as taxas de juros.
O resultado são proprietários de imóveis, em todo o mundo, com dificuldade de arcar com os custos das hipotecas e potenciais compradores, enfrentando um ritmo de alta no preço dos imóveis, superior à correção da sua renda.
Índice de Acessibilidade Habitacional por País
Quando o assunto é acessibilidade habitacional, um dos erros comuns é considerar, apenas, o comparativo entre o preço dos imóveis. No entanto, sem considerar a renda, a acessibilidade da habitação não terá significado real para potenciais compradores.
“A acessibilidade da habitação é o preço das casas, comparado a renda.”
Em um bom funcionamento mercado imobiliário, a casa de preço médio deve ser acessível para uma grande parte das famílias de renda média.
Confira os Índices Acessibilidade da Habitação por País, em 2023, elaborado pela Numbeo,
o maior banco de dados de custo de vida do mundo.
Fonte: DEMOGRAPHIA INTERNATIONAL HOUSING AFFORDABILITY – 2022 EDITION
* A relação preço/renda, é calculada pela mediana dos preços da habitação, dividido pela mediana bruta da renda familiar (antes dos impostos).
As cidades mais inacessíveis do mundo são Hanói, Mumbai, Bogotá, Buenos Aires e Rio de Janeiro, onde os custos de moradia excedem 200 ou 300% da renda.
A cidade mais inacessível é Caracas, onde os custos médios de moradia excedem a renda em mais de 3.000 por cento.
Como as Novas Tecnologias podem colaborar com a Acessibilidade Habitacional
O acesso a uma casa acessível, definida pelo Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) dos Estados Unidos, como uma moradia na qual o ocupante não paga mais de 30% de sua renda bruta pelos custos da moradia, incluindo serviços públicos – é um problema que permeia o desenvolvimento capitalista.
As novas tecnologia podem trazer alguma esperança, barateando a geração de novas unidades e ampliando a acessibilidade a moradia.
A construção habitacional poderá se beneficiar da impressão 3D e da construção de casas modulares, reduzindo o custo e o tempo de construção, operando em um ambiente controlado, adicionando produtividade independentemente do clima e diminuindo a quantidade de trabalho físico usado para construção de uma casa tradicional.
Conheça as principais Startups de Habitação Acessível do Mundo e qual a inovação
proposta por cada uma delas.
BuildX
Manufactured housing the smart way
Sistema de construção modular que oferece uma experiência amigável para os proprietários, a um preço acessível, totalmente personalizável às necessidades de cada utilizador, sem alterar a estrutura de produção.
Mlcspaces
Co-Living Space
Espaços mobiliados, com utensílios e utilidades, que atendem a vários estilos de vida. O principal valor da experiência Mlcspaces é o acesso a uma plataforma comunitária, onde residentes, em qualquer lugar, podem se conectar e explorar novas oportunidades de moradia.
CommonLands
Using blockchain technology, we are solving the affordable housing crisis through a scalable model
Primeira cooperativa habitacional autônoma descentralizada, alimentada por tecnologia inovadora, blockchain e modelos habitacionais progressivos.
New Story
We pioneer solutions to end global homelessness
Responsáveis pela construção da primeira comunidade mundial de casas impressas em 3D, a inovação trouxe moradia segura para famílias que vivem com menos de US$ 10 por dia.
Rize Modular
Construction Tech Company solving the multitenant affordable housing crisis
A Rize desenvolveu a primeira plataforma de construção volumétrica para estruturas inteligentes, limpas e sustentáveis. Produzem significativamente menos resíduos em comparação com o método de construção tradicional.
Fonte: AngelList Talent is now Wellfound
Este post foi publicado primeiro em: https://investnews.com.br/autor/claudia-kodja/
