O termo empreendedorismo é substantivo masculino usado para designar o processo de criação de um valor, seja este de mercado, como o desenvolvimento de um negócio com objetivo de dar lucro, ou social, envolvendo a criação de implementar soluções para questões sociais, culturais ou ambientais.
Neste sentido amplo, o empreendedorismo pode se referir a pequenos ou grandes negócios, a um autônomo, as startups escaláveis, a uma atividade inovadora ou estabelecida no mercado, àqueles dedicados a desenvolvimentos sociais ou sem fins lucrativos, aos sócios capitalistas e investidores de risco.
Nesta matéria irei me dedicar, exclusivamente, ao Empreendedorismo por Necessidade, onde estão os que tomam o risco de desenvolver um negócio, por falta de oportunidade no mercado de trabalho.
Bilhões de cidadãos, em países desenvolvidos e em desenvolvimento podem ser classificados como Empreendedores por Necessidade. Um nicho com enorme potencial econômico, formado por indivíduos que não têm outra opção viável e lícita de renda, a não ser iniciar uma atividade por conta própria.
O desenvolvimento de políticas e conteúdos educacionais voltados a sobrevivência e manutenção daqueles que optam pelo empreendedorismo involuntariamente, representa uma oportunidade de estabilização do desenvolvimento e de sustentação do crescimento econômico.
As Melhores Estratégias para o Empreendedorismo de Necessidade
Conforme a Global Entrepreneurship Monitor 2021/2022, empresários de 27 das 28 economias pesquisadas, com PIB per capita inferior a $40.000, afirmaram que empreenderam, para “ganhar a vida, porque os empregos são escassos”. Entre os empresários das 19 economias, com PIB per capita superior a $40.000, mais de metade confirmou a mesma motivação para iniciar um negócio próprio.
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A motivação para iniciar um negócio
(% do total de Empreendedorismo em estágio inicial)
“Para ganhar a vida porque empregos são escassos” |
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18 – 34 anos | 35 – 64 anos | |
Índia | 90,9% | 92,1% |
Colômbia | 80% | 77,8% |
Brasil | 75,8% | 77,7% |
Chile | 71,4% | 76% |
França | 55,3% | 48,3% |
Israel | 50,7% | 49,2% |
Estados Unidos | 48,2% | 44% |
Alemanha | 34,5% | 45,9% |
O empreendedorismo por necessidade é motivado por circunstâncias externas, normalmente relacionadas a precariedade do mercado de trabalho. Contam com menos recursos e menor tempo de planejamento, estão limitadas as estratégias de custo e não de diferenciação, o sucesso está relacionada a subsistência de si e da sua família, as contratações priorizam os baixos salários e sua operação é voltada a atrair clientes com preços baixos.
A consideração destes fatores explica a brevidade com que esta categoria de empreendimento permanece ativa no mercado. A inviabilidade financeira e a submissão a longas jornadas de trabalho, por pouco dinheiro, levam estes empreendedores a maior pobreza ou de volta ao mercado de trabalho formal, na primeira oportunidade disponível.
Entre as formas de apoio ao empreendedorismo por necessidade estão políticas estáveis de acesso desburocratizado ao microcrédito, mas sobretudo, a compreensão de que objetivo inicial do empreendedorismo por necessidade é a subsistência pessoal e familiar.
Ondas de acesso ao microcrédito, normalmente impulsionadas nos períodos eleitorais, não são a principal solução para o empreendedorismo por necessidade, mas sim, uma estrutura ativa de apoio educacional, que considere a subsistência financeira como objetivo primeiro e as estratégias de diferenciação básicas, como instrumentos para manutenção dos negócios.
Do Empreendedorismo por Necessidade, a Empresários de Sucesso
Conheça três brasileiros que iniciaram seus empreendimentos por necessidade de subsistência financeira e graças a alguns diferenciais no processo de vendas, se tornaram empresários de sucesso.
Os irmãos Leandro e Leonardo Castelo, fabricavam produtos de limpeza no período da noite e vendiam em duas kombis, durante o dia. Graças a uma estratégia de varejo via franquias, hoje tem 90 marcas, 7 mil unidades e devem faturar R$ 5,5 bilhões ao longo de 2022.
Larissa Sousa produziu e vendeu caixas de presentes, trabalhou como ambulante, vendia trufas e produtos de beleza. Em 2016 decidiu criar um negócio que montasse a lancheira saudável para alunos, em troca de uma mensalidade escolar, hoje o negócio possui 54 unidades em operação e o faturamento ultrapassa R$1 milhão.
Salézio Martins trabalhou como professor de português. Para complementar a renda da familiar, comprou alguns teares usados e passou a produzir tecidos de malha de algodão para as pequenas confecções. Sua empresa se expandiu e hoje conta com 56 confecções e um faturamento superior a R$400 milhões anuais.
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