O que esperar de 2023?
Confira as perspectivas para o Mundo e para o Brasil.
A desaceleração global será ampla, o crescimento econômico de um terço da economia mundial irá retrair ao final de 2022 e ao longo de 2023.
As três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a Zona do Euro continuarão estagnadas, sob níveis de crescimento econômico baixos ou negativos
A recessão nos EUA será induzida pelo aperto agressivo da política monetária em resposta a alta na inflação e a recessão na Zona do Euro refletirá o aumento dos preços e o racionamento da energia.
Na zona do euro, a crise de energia causada pela guerra continuará cobrando um preço alto, especialmente com a chegada do inverno, reduzindo as expectativas de crescimento da região para 0,5% em 2023.
A China pode escapar da recessão, mas experimentará um crescimento fraco em 2022 e 2023 devido à manutenção dos bloqueios urbanos em função da alta de casos de Covid-19, o esvaziamento da bolha imobiliária e com a queda das exportações, causada pelo enfraquecimento do crescimento externo.
Confira as projeções de crescimento econômico para 2023
Fonte: Fundo Monetário Internacional – outubro/2022
O Controle da Inflação e o Risco de uma Crise Financeira
A pandemia e a guerra da Rússia com a Ucrânia induziram a escassez de suprimentos e de mão de obra, contribuindo para a alta da inflação em todas as regiões.
Embora a inflação possa cair em 2023, ela ficará significativamente acima dos objetivos dos bancos centrais nas economias europeias e emergentes, deverá oscilar entre 6% e 12%, conforme as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional.
Neste sentido, a pressão de alta sobre os preços continuará restringindo a prosperidade no futuro próximo, obrigando os bancos centrais a implementar políticas que possam domar a inflação.
Quanto mais as políticas monetárias se dedicam ao combate da inflação, menor a criação de crédito, maior a redução dos fluxos de capital e dos prêmios de risco.
Naturalmente, isso cria um ambiente desafiador para os mercados financeiros. Embora os últimos meses tenham sido difíceis para os ativos de risco, ainda não é possível precificar o impacto de uma desaceleração econômica global.
Em um ambiente em que governos e setores privados estão altamente alavancados e os preços dos ativos supervalorizados, aliado a bancos centrais retirando liquidez da economia para combater a inflação, o medo de uma crise financeira está ressurgindo.
Sobre o Brasil em 2023
O crescimento estimado do Brasil em 2022 é de 2,7%.
O momento positivo, reflete o retorno da atividade aos níveis pré-pandemia e a alta dos preços das commodities.
No entanto, para 2023 as perspectiva não são tão favoráveis e o crescimento brasileiro poderá desacelerar.
O desaquecimento da economia global e alta das taxas de juros deverão reduzir o preço das commodities e o fluxo de exportações, os influxos de capital para os mercados emergentes estão diminuindo e os custos de empréstimos externos estão aumentando.
Embora os bons níveis de reservas internacionais reduzam o impacto causado por condições financeiras internacionais mais restritas, o aumento das taxas de juros irá alavancar a dívida pública, tornando mais desafiador o apoio a grupos sociais mais vulneráveis.
Por incrível que pareça, o bom poderá vir do campo político. Com a aprovação de reformas fundamentais, como a tributária e a administrativa, além da nomeação de uma equipe que possa inspirar confiança, a sociedade e o mercado, liberando iniciativas reprimidas nos seis anos.
Mas não há nada garantido, apenas a esperança!
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